Burgueses X Proletariados



MANTOUX, Paul. Revolução Industrial. Capítulo III: A Revolução Industrial e a Classe Operária

Resumo
Este capítulo trata especificamente dos proletariados, como eles reagiram ao surgimento de novas máquinas na linha de produção e como eram as condições de trabalho no interior das grandes indústrias.

Citações
1- “Conhecemos os sentimentos de desconfiança e cólera provocados, entre os operários, pelo aparecimento do maquinismo. Sua luta contra as máquinas e, em geral, contra todas as inovações técnicas é o episódio mais conhecido de toda essa história.”

2- “A repressão foi rápida e enérgica: as tropas enviadas de Liverpool dispersaram sem dificuldade os revoltosos. Alguns foram presos, processados diante do grande júri do condado e condenados à forca.”

3- “Aos protestos contra a máquina se misturava a raiva contra a fábrica. A repulsa que ela inspirava é facilmente compreensível. Para o operário habituado ao trabalho a domicílio ou ao trabalho da pequena oficina, a disciplina da fábrica era intolerável.”

4- “A maioria desses infelizes seres eram crianças assistidas, fornecidas – poderíamos dizer vendidas – pelas paróquias por elas responsáveis. (...) descobrimos a verdadeira causa dos males imputados ao maquinismo: o poder absoluto e sem controle do capitalista.”

Comentários
Como vimos na citação 1 os trabalhadores foram os mais prejudicados com a revolução industrial e principalmente com o maquinismo; uma única máquina substituía, de uma só vez, o trabalho de mais ou menos 30 homens gerando uma massa de desempregados; a ganância pelo lucro era tanta que, os industriais, no lugar de contratar homens adultos contratavam mulheres e crianças, pois podiam pagar salários menores e serem mais manipulados.

A questão do salário é outro ponto importante do texto. Antes das máquinas substituírem os trabalhadores das fábricas seus salários eram de um dado valor, após o maquinismo seus salários caíram drasticamente e os donos de indústria ameaçavam os trabalhadores dizendo que se eles não aceitassem ganhar salários baixos ele (dono da fábrica) os demitiriam e colocaria máquinas em seus lugares, frente a essa ameaça o jeito era aceitar salários menores.

No livro “O Capital” de Karl Marx ele disserta que não tem como o industrial substituir em 100% a força de trabalho por máquinas porque a mais valia cairá, simplesmente, porque quem consumirá a produção? As máquinas aceleram o processo de produção, mas não são consumidoras, não recebem salários.

As estratégias dos industriais de aumentarem ainda mais o lucro contava com a participação das paróquias que tiveram um papel significativo na ganância dos industriais, pois vendiam as crianças para trabalharem exaustivamente e até se acidentarem nos teares sem receberem qualquer tipo de assistência.

Tanto a classe dos Burgueses industriais quanto a dos Proletariados peticionavam ao Estado, mas os industriais sempre tinham suas petições aceitas em detrimento das petições dos trabalhadores, pois alegavam que suas reivindicações tinham objetivos superiores e visavam o bem do Estado e da nação.

É interessante observarmos que a classe operária sempre foi a mais oprimida nesse sistema industrial e, ao longo do tempo, ela reivindicou seus direitos com esforço e sangue, pois não foram poucos os que morreram pela causa operária; direito de greve, carteira assinada, 13ª salário, FGTS, férias remuneradas, 8 horas diárias de trabalho, etc. foram algumas das conquistas dos trabalhadores.

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