BACON E A CIÊNCIA

(Londres, 22 de Janeiro de 1561 — Londres, 9 de abril de 1626)



Francis Bacon começa o livro: “Da Proficiência e o Avanço do Conhecimento Divino e Humano”, com uma dedicatória ao Rei Jaime I; o livro é dividido em 2 partes, na primeira parte, Bacon rebate as críticas feita ao conhecimento pelos Eclesiásticos, Políticos e os próprios Eruditos; ainda na primeira parte da obra ele fala da dignidade do conhecimento citando exemplos Divinos e Humanos e termina a primeira parte deste magnífico livro falando dos benefícios que o conhecimento trás àqueles que se dedicam a estudá-lo.


Os Eclesiásticos (padres) diziam que o conhecimento “é uma daquelas coisas que deve ser aceita com grande limitação e cautela; que a aspiração a demasiado conhecimento foi a tentação e o pecado originais que resultaram na queda do homem”, que os eruditos eram fundadores de heresias, que o conhecimento entristece o homem. Bacon responde dizendo que o “conhecimento arrogante do bem e do mal, com intenção humana de ditar as próprias leis e de não mais depender dos mandamentos de Deus, que deu forma á tentação” e que o homem não pode colocar toda a sua felicidade no conhecimento até o ponto de esquecer da sua mortalidade que “apliquemos nosso conhecimento para obter repouso e satisfação, e não desgosto e aflição” , não ficar tentando descobrir os mistérios de Deus e finaliza a resposta dizendo que devemos aplicar o conhecimento para a caridade e a utilidade e não à ostentação e orgulho.

As críticas que os políticos faziam ao conhecimento são bem semelhante as de hoje, eles diziam que “o conhecimento amolece a mente dos homens e os torna amenos aptos a honra e ao exercício das armas”, que eles ficam mais espertos em relação aos assuntos do Estado, “que ele desvia os esforços do homem da ação e dos negócios e os atrai a um amor pelo lazer e pelo isolamento e que traz aos Estados um relaxamento da disciplina, já que cada homem fica mais disposto a discutir que a obedecer e executar”.

Bacon rebate estas críticas dizendo que no tempo de maior desenvolvimento do conhecimento a arte da guerra e das armas também desenvolvem-se e o Estado beneficia-se. Os grandes exemplos disso são Alexandre, o Grande, e Júlio César que eram governantes sábios e possuíam grandes conhecimentos do funcionamento do Estado, das armas e costumes; para um Estado ser bem governado o melhor é que o governante tenha conhecimento e use-o ao seu favor. Um governante que tem conhecimento corrige seus erros. Bacon responde, ainda, que se alguns homens são preguiçosos não é por causa do conhecimento, mas por deficiência de seu físico.

As críticas que Bacon faz em relação aos próprios eruditos são de que estes não dão o devido valor ao conhecimento ou pela própria “situação da fortuna desses eruditos, ou de seus costumes ou da natureza de seus estudos” até mesmo pela “escassez de meios, de sua vida isolada ou da mediocridade se seus empregos”. Os homens de fortuna não se interessam muito pelo estudo e avanço do conhecimento eles se preocupam mais com a própria fortuna são como os políticos “homens da espécie mais corrupta que são apenas políticos, que não tem o pensamento ancorado pelo conhecimento no amor e na apreensão do dever nem nunca pensam na totalidade, atribuem todas as coisas a si próprios e se colocam no centro do mundo, como se todas as linhas devessem encontrar-se neles e em sua fortuna; nunca se preocupam, nas tempestades, com o navio do Estado, desde que possam salvar a si mesmos no escaler de sua própria fortuna”; os políticos da época de Bacon não são muito diferentes de nossa época que só investem naquilo que lhes dão retorno e não pensam no bem da sociedade e do Estado.

Se por um lado os homens de fortuna não se dedicam ao avanço do conhecimento por preocuparem-se com a conservação e aumento da própria fortuna, por outro lado os homens de pouca fortuna ou nenhuma fortuna não possuem meios de dedicarem-se ao conhecimento ficando o mesmo à revelia de poucos homens de boa vontade.

Bacon nota que vários dos eruditos por serem homens estudados, sábios e importantes julgavam-se melhores que os outros e possuem um comportamento de exclusão; para Bacon isso não pode representar um empecilho para o avanço do conhecimento; os homens de conhecimento não podem deixar de “observar a decência e a discrição em seu comportamento” e não cometerem atitudes de erros em seus comportamentos.

No capítulo IV, Francis bacon, relata as vanidades (vaidades e erros) cometidos pelos eruditos que são de 3 tipos: 1ª conhecimento fantasista, 2ª conhecimento contencioso e 3ª conhecimento precioso, ou seja, vãs imaginações, vãs altercações e vãs afetações.


Os erros cometidos contra o estudo do conhecimento por parte dos eruditos se traduzem em palavras se conteúdo como o exemplo de Martinho Lutero que, segundo Bacon, seu discurso ficou em um âmbito teórico (Lutero vestiu e adornou seu discurso de obscuridade); os estudiosos do conhecimento prendem se as palavras e esquecem da matéria do conhecimento; Bacon termina o capítulo com o pior erro que é a “fraude ou à inverdade”. Para estudar o conhecimento é preciso ter cautela e seguir o método da verdadeira indução.

No capítulo V, Bacon, fala sobre outros humores que rondam o conhecimento que são:


• Extrema inclinação ou pela antiguidade ou pela novidade;
• “Crença de que nada do que o mundo já tenha perdido e deixado passar há muito tempo possa ser descoberto”;
• Supressão das crenças tidas como falsas;
• “a redução prematura do conhec. Em artes e apresentações metódicas”;
• “reverência demasiada, um tipo de adoração pela mente e pelo entendimento humano”;
• Erro na “transmissão e elocução do conhecimento”;
• Erro nos objetivos que os homens propõem a si mesmos;
• Confundir a finalidade do conhec. (para Bacon o conhecimento serve para “BENEFÍCIO E UTILIDADE PARA OS HOMENS”.

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